Está decidido, eu não vou mais amar você.
Eu vou esquecer das suas flores, dos seus carinhos, dos seus olhares, do seu toque, das suas juras, da sua companhia e colo irritantemente incomparáveis. Eu vou calar essas músicas que me lembram da gente o tempo todo e não vou mais ler estes escritos da Bernardi que insistem em me remeter ao mal e ao bem que você me causa. Vou rasgar todos os mapas estúpidos que o meu coração também estúpido sempre traça até você como único caminho possível. Vou doar seus pertences que fizeram morada numa parte do meu armário. Vou fazer das suas fotos o mosaico mais futurista que já se viu e publicar suas cartas num livro que se chamará "Nunca acredite nessas baboseiras!" Eu vou recusar suas esperadas ligações de boa noite e driblar minha ansiedade pra conseguir excluir, sem ler, as mensagens que você me enviar no celular. Eu vou me entupir de cinema, de principalmente dramas, pra - como sempre - cismar com um personagem qualquer e esquecer que o protagonista do meu filme mais bonito e borrado está bem na minha realidade. E então enfim, anota aí, eu não vou mais amar você. Assim, tão fácil,dizia sua boca. Assim tão hipócrita, sussurrava sua mente traidora. Era a cena de mais um domingo vazio chegando ao fim e nenhuma evidência batendo à sua porta pra contradizer os pensamentos insistentes que eram causa e consequência de sua insônia: ele e sua distância. Foi quando resolveu tirar a cara grudada do travesseiro molhado e romper com os nós na garganta, os apertos no peito e os rodopios da sua mente inquieta. Se olhava no espelho e ensaiava sua cena final:
- Sabe aquela menina que mesmo magoada te dava mais uma chance, que mesmo chateada atendia suas ligações, que mesmo triste ressaltava e acreditava na tal superação de que é capaz o amor verdadeiro?Então, ela, aos poucos, e graças às suas atitudes, está indo embora...e se eu fosse você aproveitava pra se despedir. Pronto, era isso, estava decidida.
A cortina desce, e quando o peito se enche de orgulho e se prepara para os aplausos, o telefone toca. O peito pula, o coração se rende. E lá se vai todo o talento trabalhado por horas a fio...
...e enquanto concordava sobre o quanto era desnecessário tanto silêncio e distância, se perguntava porque denovo caia na mesma marmadilha que o amor parecia ser. E a resposta lhe vinha como algo que carregasse desde sempre sem perceber: "não tem jeito, não tem fim, é o coração no comando, de ontem em diante".
sábado, 12 de fevereiro de 2011
O amor não permite ensaios!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário