sábado, 12 de fevereiro de 2011

O amor não permite ensaios!

Está decidido, eu não vou mais amar você.
Eu vou esquecer das suas flores, dos seus carinhos, dos seus olhares, do seu toque, das suas juras, da sua companhia e colo irritantemente incomparáveis. Eu vou calar essas músicas que me lembram da gente o tempo todo e não vou mais ler estes escritos da Bernardi que insistem em me remeter ao mal e ao bem que você me causa. Vou rasgar todos os mapas estúpidos que o meu coração também estúpido sempre traça até você como único caminho possível. Vou doar seus pertences que fizeram morada numa parte do meu armário. Vou fazer das suas fotos o mosaico mais futurista que já se viu e publicar suas cartas num livro que se chamará "Nunca acredite nessas baboseiras!" Eu vou recusar suas esperadas ligações de boa noite e driblar minha ansiedade pra conseguir excluir, sem ler, as mensagens que você me enviar no celular. Eu vou me entupir de cinema, de principalmente dramas, pra - como sempre - cismar com um personagem qualquer e esquecer que o protagonista do meu filme mais bonito e borrado está bem na minha realidade. E então enfim, anota aí, eu não vou mais amar você. Assim, tão fácil,dizia sua boca. Assim tão hipócrita, sussurrava sua mente traidora. Era a cena de mais um domingo vazio chegando ao fim e nenhuma evidência batendo à sua porta pra contradizer os pensamentos insistentes que eram causa e consequência de sua insônia: ele e sua distância. Foi quando resolveu tirar a cara grudada do travesseiro molhado e romper com os nós na garganta, os apertos no peito e os rodopios da sua mente inquieta. Se olhava no espelho e ensaiava sua cena final:
- Sabe aquela menina que mesmo magoada te dava mais uma chance, que mesmo chateada atendia suas ligações, que mesmo triste ressaltava e acreditava na tal superação de que é capaz o amor verdadeiro?Então, ela, aos poucos, e graças às suas atitudes, está indo embora...e se eu fosse você aproveitava pra se despedir. Pronto, era isso, estava decidida.
A cortina desce, e quando o peito se enche de orgulho e se prepara para os aplausos, o telefone toca. O peito pula, o coração se rende. E lá se vai todo o talento trabalhado por horas a fio...
...e enquanto concordava sobre o quanto era desnecessário tanto silêncio e distância, se perguntava porque denovo caia na mesma marmadilha que o amor parecia ser. E a resposta lhe vinha como algo que carregasse desde sempre sem perceber: "não tem jeito, não tem fim, é o coração no comando, de ontem em diante".

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