segunda-feira, 14 de março de 2011

Dá um abraço, vai?

Outro dia aconteceu uma coisa engraçada demais comigo. Eu estava andando na linda Avenida Paulista, aqui em SP, quando um completo desconhecido me abraçou. Imagina se ele não me pegou de surpresa! Quase desconfiei de assalto. Depois é que fui descobrir que existe até ONG pregando que a gente precisa abraçar mais uns aos outros e que o cara estava ali defendo essa filosofia, firme e forte na decisão de pegar quem estivesse passando, fosse quem fosse, para um aperto entre os braços. Passado o medo, a vergonha, o susto, acabei achando a história tão bonita, tão bonita, que resolvi contá-la aqui. Tudo bem, não me converti “ainda” ao movimento e nem estou passando parte dos meus dias numa esquina, para provar o bom que é abraçar e ser abraçada. Mas até gostaria de fazer isso. Você mesma, que está lendo: não tá precisando de um abraço apertado? Aposto que sim!
Isso porque abraço é um negócio gostoso mesmo! Mas pensa: se deixar, a gente vai abraçando a galera de um jeito tão automático, tipo escovar os dentes, que vira apenas mais um gesto sem sentido. A gente acaba abraçando porque faz parte do protocolo, sem perceber que tá ali uma oportunidade de dar e de receber muito.
Afinal, um abraço é capaz de muitas coisas. Serve bem como um “desculpa aí” depois que a gente pisa na bola. Também faz as vezes de um lindo discurso, quando um amigo precisa de um apoio, mas a gente não sabe direito o que dizer. E, principalmente, ele vale como um bom substituto para um sonoro “eu te amo”.
Eu, até ser pega sem querer pelo abraçador biruta, tinha até me esquecido de todas as aplicações desse carinho. Mas na hora me lembrei e agora fico tentando me policiar para abraçar mais e, principalmente, abraçar de verdade.
Então, se alguém resolve me estender os braços, faço questão de prestar atenção naquela troca, abraço com todos os sentidos - ou com a alma, como alguns diriam.
E, mais que isso, também aprendi a pedir um abraço quando preciso. Essa também parece fácil, mas não é. A gente prefere arrumar briga com o namorado se está carente, quando bastaria dizer: “Me abraça”. Do mesmo jeito, acabamos dando uma de rebelde em casa, quando o que mais precisamos é de um simples carinho dos pais.
Ser abraçada é como receber um combustível novo, pra continuar com o astral lá em cima. É como perceber, sem a necessidade de palavra, que somos importantes, queridas e que temos alguém com quem contar, não importa a dificuldade que estamos enfrentando.
Ficou com vontade? Uma boa pedida é sair por aí abraçando quem você ama, pois é sempre melhor agir do que esperar que os outros adivinhem o que estamos sentindo. Marque um encontro com seus amigos virtuais, espere até que a família inteira se reúna, hoje à noite, e promova o seu movimento pelo abraço. Assim, quem sabe, eles também sintam uma vontade louca de abraçar os outros amigos deles e a gente comece uma corrente do bem. Daí, pessoas como o maluco que me abraçou na Paulista não precisarão mais existir. Porque a importância do abraço nunca mais será esquecida. E o mundo, certamente, vai ser um lugar melhor para se viver, quando esse dia chegar.

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